segunda-feira, novembro 29, 2010

Banda Desenhada infantil portuguesa (IX)




























































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Falar de questões de segurança, mostrar problemas e respectivas soluções, tudo isto através de curtos episódios em banda desenhada, é a finalidade do álbum intitulado Tó & Kika. Não ao Acidente, surgido como oferta do jornal Público na sua edição de 27 Nov 10.
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Aspectos positivos da obra
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Concretizadas em desenhos simples e sugestivos, embelezadas por cores alegres, apropriadas para o público a que se destina prioritariamente, as bandas desenhadas abordam situações do dia-a-dia das crianças, mostram-lhes as soluções mais adequadas a cada caso - em acidentes de viação, nos pequenos problemas domésticos (por exemplo, princípio de incêndio na cozinha), ou os cuidados a ter na praia, mas também a correcta forma de cumprir as instruções aeroportuárias no momento de passar na porta de embarque, não esquecendo de focar a internet e alguns dos seus aspectos perversos (chat das crianças com desconhecidos que as atraem para encontros mal intencionados, clonagem de cartões), questões ambientais...
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São ao todo 40 temas, com idêntico número de episódios, completados em 120 pranchas, três para cada um deles, que constituem idêntico número de episódios, tendo por personagens principais um casal e os seus dois filhos, Kika e Tó.
Os episódios têm, como já disse, evidente base na realidade, estão realizados de forma atraente e apoiam-se num fundo pedagógico positivo.
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Primeiramente publicados ao ritmo semanal, em fascículos de quatro páginas nas dimensões de 22,5x29,8cm, um pouco maior do que o A4 (o álbum agora editado, bem mais pequeno, tem as medidas 15x21cm, um formato apenas ligeiramente superior ao A5).
Os citados fascículos eram distribuídos como encarte da revista/suplemento Pública (do jornal Público a partir de 14/9/2008) , e voltou agora, numa edição em álbum, a ter distribuição gratuita no mesmo jornal.
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Aspecto negativo da obra
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Muito negativo mesmo, ainda mais por ter sido idealizada e realizada sob o signo de obra pedagógica dirigida aos mais jovens, é a absurda quantidade de erros ortográficos, de cariz gramatical, não contando com as inúmeras gralhas devidas a distracções ou menor compenetração na componente literária (pecha habitual nos desenhadores/artistas, absorvidos pelos problemas de composição gráfica, deixando para segundo plano o texto, talvez esquecidos que a BD é uma arte verbo-icónica, sendo igualmente importantes ambas as componentes).

Erros e gralhas, os dois aspectos demonstram o pouco rigor havido ao nível editorial, e causa estranheza que, de tantas entidades envolvidas na edição (ver a lista no fim da postagem), nenhuma tenha reparado nas falhas sistemáticos do texto.

Este factor é tanto mais grave quanto é certo que os problemas ortográficos já existiam na edição inicial lançada em formato de fascículos, em 2008.

Tive, na altura, a intenção de incluir a peça na rubrica deste blogue intitulada "Língua portuguesa em mau estado na Banda Desenhada, nos fanzines, no Cartune e na Internet", mas fui dando primazia a outros temas, e adiando sine die o assunto. 
Até que, de novo, me deparei com a reedição da interessante obra, apesar do seu deficiente nível ortográfico, que, muito francamente, lastimo. Preferiria estar aqui, nesta crítica, apenas a elogiar a inédita iniciativa.
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Das numerosas falhas ortográficas que detectei, apenas focarei as que mais me impressionaram. Ei-las:
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1. Apesar de o texto não estar submetido ao novo Acordo Ortográfico, o que é bem visível em numerosos vocábulos, aparece nos temas 3 e 8 (duas vezes!) a palavra "elétrico" em vez de eléctrico, e também "espetáculo" (tema 12) em vez de espectáculo. Será que, para colmatar distracções, se justifica o desaparecimento, na língua portuguesa, das consoantes mudas, como preconiza o recente AO?
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2. Faltas frequentes do acento agudo, tratando-se obviamente de gralha, distracção, e não desconhecimento :
"Ai vou eu", "distraido" (Tema 5), decimo-quinto andar (T.6), frigorifico (T.11), armazem (T.13), campainhas (T.14)
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3. Troca do acento grave pelo agudo:
"á avó" (Tema 5); "á porta" (T.7); "á sombra" (T.11); (...) disseram á Kika (T.13); (...) brincávamos ás escondidas (T.13)
Tanta repetição impossibilita pensar-se que foi por distracção. Será que terei de pedir desculpa aos que nas populares tascas, escrevem "Cozido á portuguesa"?
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4. Acentos a mais, ou mal colocados, em algumas palavras: telémoveis (Tema 14); silênciosa (T.16); álcoolicas (T.31)
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5. Uso absurdo do acento circunflexo em vez do agudo (terá havido algum motivo? Eu desconfio de um, mas para ser compreendido teria de ser explicado. Fico à espera do feedback).
"assim tambêm não posso" (Tema 8); "se não chover tambêm" e "tambêm está lá um camião (...) e tambêm cria stocks (...) os fornos tambêm cozinham bacalhau"
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6. O seguinte é um dos graves: a terceira pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ver (vêem), incorrectamente grafado em (vêm), terceira pessoa do plural do presente do indicativo do verbo vir.
Erro repetido nas frases:
"(...) como vêm, também importam matéria prima" (Tema 9). E no Tema 18, o erro surge duas vezes: "(...) a mistura vai para um forno tipo túnel. Vêm?" "(...) levam as paletes dos tijolos para aquele parque que ali vêm"
Digo eu: o Tó e a Kika vêem bem, não vêm mal ensinados da escola...
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7. Troca errónea do pretérito pelo presente do indicativo, coisa que se ouve nos falantes do Norte de Portugal e nos brasileiros, mas que não se justifica na escrita:
a) "Boa! Já poupamos, temos galo ao jantar (Tema 15) Ora, como se trata de facto passado, dever-se-ia escrever "já poupámos";
b) "(...) Foi fantástico" E entramos nas pirâmides (..)" Digo agora eu: Foi? então já se passou há algum tempo, por isso, o correcto é "entrámos".
c) Cá fora foi fixe. Andamos nos navios do deserto (...) Comentário meu: se estamos a falar de algo já passado, então é "andámos" que se deve escrever.
Ambas as trocas dos tempos dos verbos foram verificadas no Tema 38.
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8. Uso muito em voga (talvez para ser fixe e moderno, muito gostamos nós de imitar!) do brasileirismo "Epa" ou, do já algo aportuguesado, "Epá". 
E temos nós a expressão, tão antiga (se calhar é por isso...), "Eh pá", será que soa a demasiado popularucha, comparativamente com "Epa"? É capaz...
"Epa", ou Epá, aparece nos temas 12 e 17 (Epá... Só me faltava esta!, tema 12;) (Epá, foi sorte - tema 17). Neste mesmo tema 17 aparece uma derivação, "Épa! acertou..." claramente uma distracção do legendador relativamente à expressão brasileira.
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Não está aqui tudo, mas já chega para demonstrar a despreocupação em relação às regras ortográficas por parte das numerosas entidades envolvidas na publicação deste álbum, incluindo o jornal Público (que até teve direito a aparecer no Tema 26, reproduzido nas imagens que encimam esta postagem, embora com o título mal escrito "Jornal o Público").
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Só não digo que, dessas entidades, ninguém leu os textos das bandas desenhadas porque, no Tema "Visita à Quinta", que na primeira edição era o "Tema 3", havia um erro crasso, "caiem" ("as estrelas não caiem"), que alguém viu e fez com que fosse corrigido, aparecendo agora esse episódio (no presente álbum como "Tema 5"), com o tempo do verbo bem escrito, ou seja, "caem".
Será que quem fez essa correcção não viu mais nenhum erro, e que dessas entidades responsáveis pela edição, mais ninguém leu os textos das bandas desenhadas? E se leram, e deram pelos erros, ninguém se preocupou em obrigar o desenhador/legendador a corrigi-los? Não têm importância, os erros ortográficos?
Todavia, se eu escrever que 8 vezes 7 são 63, toda a gente me corrigirá, todos ficarão escandalizados com o erro. Porquê esta diferença de critérios?

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As dez imagens iniciais, respeitantes à capa do álbum e a três episódios, foram extraídas do recente álbum, editado no pequeno formato parecido com o A5


As quatro imagens seguintes foram extraídas do primeiro fascículo, formato um pouco maior do que o A4, editado em 2008, num conjunto de 40 temas em 40 fascículos, com três páginas cada.


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Ficha técnica


Tó & Kika. Não ao Acidente
. Autores (desenhador, argumentista, colorista, legendador) desconhecidos, porque não mencionados (o trabalho foi feito por uma Agência, os autores são anónimos... É pena)
. Tipo de publicação: Álbum
. Tipo de encadernação: brochado (capa mole, em cartolina)
. Conteúdo: 120 páginas a cores
. Tiragem: não indicada (a edição em fascículos teve uma tiragem média de 60 mil exemplares)
. Distribuição gratuita com o jornal Público, na edição de 27 Nov.2010
Edição apoiada por:
. POAT-FSE (Programa Operacional de Assistência Técnica, Fundo Social Europeu
. ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho)
. QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional
. Governo da República Portuguesa (está escrito "Républica", a baralhada chegou à República, e ninguém deu por isso...).
. União Europeia - Fundo Social Europeu
. Eurisko - Estudos, Projectos
. Sá Souto Consultores
. Manti's Design Ilustração
. Jornal Público
Responsável pelo projecto:
. AEP Associação Empresarial de Portugal.Câmara de Comércio e Indústria
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Há 20 episódios (de um total de 40) desta série no sítio
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Como este site foi feito utilizando as imagens dos fascículos iniciais (o episódio "Visita à Quinta" está no "Tema 3"), o erro ainda está lá bem visível (3ª prancha, 2ª vinheta), quando a Kika diz "As estrelas não caiem", em resposta ao comentário do Tó "Olha uma a cair". Quer dizer: o erro foi corrigido na edição em papel, mas no site continua.
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Aproveito para dizer que tecnicamente o site está estupendo, naquele sistema de bastar clicar-se na ponta direita do fundo da página para ela se movimentar e passar-se a ver a página seguinte.
Muita coisa boa neste projecto com base na BD, só a língua portuguesa foi desleixada.
Lamento muito estar a escrever isto, sinceramente.
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Quem quiser ver as oito postagens anteriores deste tema, pode fazê-lo com facilidade, bastando para isso clicar no item Banda Desenhada infantil portuguesa que aparece no rodapé

quinta-feira, novembro 25, 2010

Críticas e notícias sobre BD na Imprensa (XX) - Jornal Público


Nuno Nobre, português até agora desconhecido na área da BD, aparece como autor de banda desenhada biográfica dedicada a Angelina Jolie, numa revista intitulada Female Force.

Extraí esta notícia, e respectivas imagens (com a devida vénia, como é uso dizer-se na ética jornalística) do jornal Público de hoje, no suplemento P2, onde se pode ler o seguinte título:
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Female Force A vez de Angelina aparecer aos quadrinhos

E no corpo da notícia continua a mesma onda do vocábulo "aos quadrinhos". Leia-se:
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"Angelina Jolie é a mais recente heroína aos quadrinhos (o negrito, ou bold, é meu). A biografia da actriz vai ser contada na revista Female Force Angelina Jolie. A empresa Bluewater Productions é a responsável pela criação do livro de 32 páginas (comentário meu para o faneditor e bloguista FIL: já não é só você que chama livro a uma revista ou fanzine, no caso com o título de Zona), escrito por Brent Sprecher e desenhado pelo português Nuno Nobre, que trabalhou no projecto entre Março e Julho deste ano - a obra será lançada em Janeiro nos EUA. (...)
(...) Além da actriz que transportou Tomb Raider para o cinema, outras celebridades já passaram a protagonistas de histórias aos quadrinhos (outra vez um negrito da minha autoria) (...)
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Se o jornalista do Público não gosta da expressão "banda desenhada" (ou banda-desenhada, também há quem use hífen), está no seu direito.
Com efeito, o neologismo criado por Vasco Granja na década de sessenta do século passado, é passível de ser discutido por ter traduzido, ou adaptado, o vocábulo francês bande por banda.
Mas, nesse caso, teria a portuguesíssima expressão "histórias aos quadradinhos", ou "histórias em quadradinhos (como é mais corrente dizer-se ou escrever-se no Norte), ou, simplificadamente, poderia usar "aos quadradinhos" (e não "aos quadrinhos").
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A menos que se trate de jornalista brasileiro a trabalhar no jornal Público.
Se assim for, começo por dizer que não tenho nada contra o português do Brasil, nem contra as expressões brasileiras, nesta ou noutra qualquer área.
Mas não acredito que algum jornalista português, a trabalhar num jornal brasileiro, usasse a expressão portuguesa "histórias aos quadradinhos" ou "banda desenhada"...
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(Em tempo, sr. jornalista: também não está correcto escrever Female Force Angelina Jolie como sendo o título da revista).
O título é apenas Female Force, como se vê nas imagens, e o nome que se lhe segue tem a ver com as personagens que foram sendo biografadas em banda desenhada (ou em histórias aos quadradinhos), como é o caso de Carla Bruni-Sarkozy, Margaret Thatcher, Hillary Clinton, Sarah Palin, Michelle Obama.
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Declaro que nada tenho contra o(a) jornalista que escreveu o texto em apreciação, nem sequer o(a) conheço. Esta minha crítica decorre de ter a consciência de que todos nós,os que escrevemos, seja num jornal de âmbito nacional, ou num humilde blogue, estamos sempre a aprender.
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Os visitantes que estiverem interessados em ver as 19 postagens anteriores dedicados a este tema, queiram fazer o favor de clicar sobre a etiqueta "Imprensa - Críticas e notícias sobre BD" que está colocada em rodapé

sexta-feira, novembro 19, 2010

Concurso Mix - Tema: Golfinho



A banda desenhada pode ser participativa nos problemas do mundo, é possível aos autores/artistas da BD realizarem obras em figuração narrativa - mesmo com poucos meios - que defendam valores humanistas, ou de cariz ecológico, e também na defesa da preservação dos animais em risco de extinção.
Neste caso, por exemplo, podem inspirar-se na horrível tradição ilustrada pelas fotografias acima visíveis, e baseadas no texto com que a seguir a descrevo (e que sintetiza a petição bilingue colocada no fundo desta postagem):

Muito embora possa parecer inacreditável, todos os anos se realiza um ritual de massacre de dezenas de golfinhos, levado a cabo por jovens que assim pretendem demonstrar terem chegado à idade adulta.
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Este ritual sanguinário tem por palco as ilhas Feroe, na Dinamarca, e atinge em especial os golfinhos "Calderon", muito inteligentes, mas que têm a funesta particularidade de serem bastante curiosos e por isso gostarem de se aproximar das pessoas.
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Isso torna-os alvos fáceis para o seguinte bárbaro procedimento: os jovens adultos munidos de grossos ganchos (como se pode ver na imagem do topo), infligem-lhes profundos cortes.
Como os golfinhos não morrem imediatamente, os bárbaros adolescentes repetem os cortes. Por fim, no momento da morte, os golfinhos emitem um som parecido com o choro de um ser humano recém-nascido.
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Por isso, e por tudo o que já antes se sabia, defender os golfinhos, seja por banda desenhada, ilustração, fotografia, contos ou poesia - é urgente!
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Impõe-se alertar, por todas as formas possíveis, para os perigos à espreita deste mamífero que, em algumas das suas espécies, está já no limiar da extinção.
A editora Qual Albatroz, atenta ao problema, resolveu lançar um concurso pluridisciplinar, cujas regras - em síntese - são as seguintes:
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IDADE DOS CONCORRENTES
Só poderá participar quem já tenha feito 18 anos. A partir daí não há limites.
(Os veteranos não poderão queixar-se

de serem discriminados
por causa da p.d.i. :-)
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NACIONALIDADE DOS CONCORRENTES
São aceites concorrentes de todas as nacionalidades
(a editora, sabendo da apetência dos brasileiros em participarem nos nossos concursos, já lhes lançou um apelo)

CADA PARTICIPANTE - como autor individual ou integrado numa equipa - PODE ENTREGAR O NÚMERO DE OBRAS QUE ENTENDER.
TODAVIA, DE CADA AUTOR, APENAS SERÃO SELECCIONADAS TRÊS PEÇAS, NO MÁXIMO.
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AS OBRAS GRÁFICAS PARTICIPANTES (bandas desenhadas, ilustrações, fotografias intervencionadas)
PODEM OCUPAR
ATÉ 4 PÁGINAS DE FORMATO A5
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AS OBRAS CONCORRENTES NAS ÁREAS ACIMA DESCRITAS
PODEM SER A CORES OU A PRETO E BRANCO
SEMPRE EM FORMATO TIFF
COM AS DIMENSÕES A5
COM 300 DPI OU MAIS.
MODO DE COR: CMYK

Cada participação apresentada terá de ser sempre acompanhada da respectiva
ficha informativa (*)
sendo válida quando devidamente (e correctamente) preenchida.
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PRÉMIOS
Este concurso não tem prémios pecuniários, o que é invulgar.
Aliás, o melhor prémio que cada participante pode ter é ver publicada a sua obra na revista independente CELACANTO (nº 3)
e, concomitantemente,
a consciência do seu acto de solidariedade
para com a espécie ameaçada dos golfinhos.
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Mas a organização conseguiu reforçar este prémio moral, com mais dois:
1) Um exemplar da CELACANTO nº 3
2) Um vale que dá direito a um PASSEIO DE BARCO PARA OBSERVAÇÃO DE GOLFINHOS NO SEU habitat NATURAL (bom prémio, digo eu, bloguista)
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AS OBRAS PARTICIPANTES E FICHAS INFORMATIVAS DOS AUTORES
TÊM DE SER ENTREGUES VIA CORREIO ELECTRÓNICO
PARA O ENDEREÇO
celacanto@qualalbatroz.pt
ATÉ AO DIA 31 DE DEZEMBRO (2010, claro), IMPRETERIVELMENTE
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A avaliação do júri, no que se refere às obras seleccionadas,
será tornada pública
no dia 15 de Fevereiro de 2011.
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O lançamento oficial do nº 3 da revista independente CELACANTO será realizado em local a designar com razoável antecedência, no mês de Março de 2011
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(*) A ficha informativa que os interessados em participar necessitam de preencher poderá ser obtida no endereço
http://www.projectocelacanto.blogspot.com/
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Quaisquer dúvidas que subsistam podem ser esclarecidas no sítio da editora:
http://www.qualalbatroz.pt/

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NOTA "A POSTERIORI"

Recebi a 20 Nov. (a presente postagem tinha sido feita a 19, e hoje, dia 21, alterei-a e adicionei-lhe as duas impressionantes fotos visíveis no topo), um email enviado pelo ilustrador/autor de BD Diniz Conefrey, onde ele me transmite uma mensagem colectiva com um texto bilingue em que se pede a colaboração de todos em relação ao morticínio do golfinho "calderon" que se está a verificar na Dinamarca, um país que geralmente se considera bastante civilizado.
O texto, com toda a razão bastante crítico, é o seguinte:

BIEN QUE ÇA SEMBLE INCROYABLE, CHAQUE ANNEE, CE MASSACRE BRUTAL ET SANGUINAIRE SE REPRODUIT DANS LES ILES FEROE, QUI APPARTIENNENT AU DANEMARK. LE DANEMARK, UN PAYS SUPPOSE 'CIVILISE', MEMBRE DE L'UNION EUROPENNE. TROP PEU DE PERSONNES SUR TERRE CONNAISSENT CET EVENEMENT HORRIBLE ET DEPOURVU DE SENSIBILITE QUI SE REPETE CHAQUE ANNEE. CE MASSACRE SANGUINAIRE EST LE FRUIT DE JEUNES HOMMES QUI Y PARTICIPENT POUR DEMONTRER QU'ILS ONT ATTEINT L'AGE ADULTE (!!). C'EST ABSOLUMENT INCROYABLE QUE RIEN NE SOIT FAIT POUR QUE CETTE BARBARIE CESSE. UNE BARBARIE CONTRE LE 'CALDERON', UN DAUPHIN SUPER INTELLIGENT QUI A LA PARTICULARITE DE S'APPROCHER DES GENS PAR CURIOSITE. STP, PASSES CE MESSAGE A TOUS TES CONTACTS !! HONTE AU DANEMARK !!!

Although it seems incredible, every year, BRUTAL and bloody MASSACRE occurs in the Feroe Islands, which belong to Denmark. DENMARK, A COUNTRY supposed to be civilized, A MEMBER OF THE EUROPEAN UNION. TOO FEW PEOPLE ON EARTH KNOW about those horrific events devoided of sensitivity which are repeated every year. these bloody massacres are the fruit OF YOUNG MEN FOR WHom this "PARTY" SHOWs THEY HAVE REACHED ADULThood (!!). It is absolutely incredible that nothing is done to make this barbarism AGAINST 'CALDERON' CEASE, a super intelligent dolphin known to approach people out of curiosity. Please, send this message to all your contacts! SHAME ON DENMARK!
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Para assinar uma petição ao governo dinamarquês a fim de cessar este ignóbil morticínio, ir ao endereço

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Os visitantes deste blogue que tenham curiosidade em ver o que tem sido publicado nesta rubrica, poderão fazê-lo clicando na etiqueta "Concursos de Banda Desenhada" visível em rodapé

sexta-feira, novembro 12, 2010

Exposições BD avulsas (III)







A obra em álbum Odivelas em Banda Desenhada deu origem à exposição de BD sob o título "Odivelas Um Concelho Com História", patente num espaço baptizado, com originalidade, de Átrio de Exposições, no edifício da Junta de Freguesia da Pontinha.
Inaugurada no passado dia 2 do corrente Novembro, estará visitável até ao próximo dia 26, no citado espaço, com horário de funcionamento até às 17h30.
A exposição integra a banda desenhada completa, vinte e quatro pranchas originais - não cópias ou reproduções digitais, como agora começa a ser usual - pintadas a lápis de cor (algo pouco visto na BD portuguesa), tantas quantas compõem o álbum, editado em Novembro de 2000 pela Comissão Instaladora do Município de Odivelas.
A banda desenhada tem por autor gráfico Paulo Rijo (Paulo Jorge Ferreira Rijo), distinguido com o 1º Prémio do Concurso de Banda Desenhada do Festival Internacional de BD da Amadora/1999.
O argumento é da autoria de Maria Máxima Vaz, licenciada em História e com Mestrado em História Contemporânea, daí o rigor que emerge do texto. Com início na descrição dos povos nómadas que povoaram, há cerca de 500.000 anos, o território do actual concelho de Odivelas, acompanhamos pela banda desenhada a vida desses habitantes primevos que construiram dólmens ou antas, de que ainda existem vestígios, como acontece com a anta das Pedras Grandes (bairro do Casal Novo) e anta das Batalhas (próxima da Ponte da Bica) ambas monumentos nacionais por decreto-lei de 27 de Março de 1944 (a BD pode ter finalidades didácticas, é o caso).
As imagens e a leitura das legendas fazem-nos ir avançando no tempo: passamos pelas lutas das populações autóctones contra os romanos - de cuja presença na região há vestígios comprovativos -, encontramo-nos com a figura majestosa do rei D. Dinis, primeiro monarca nascido em Lisboa,visitamos o singular monumento do "Senhor Roubado", uma narrativa sequencial em doze painéis de azulejos, que conta a profanação e roubo na Igreja Matriz de Odivelas, pelo que o presumível autor foi supliciado e enforcado, cenas que igualmente constam da peça - muito danificada, infelizmente -, que existe ao fundo da calçada de Carriche, entrada do concelho de Odivelas.
Abarcando todos os episódios relatados, a banda desenhada e, por conseguinte, a exposição, isso faz com que o evento apresente motivos de interesse para a população local, mas também para aqueles bedéfilos que, tal como este escriba/bloguista, gostam de acompanhar e apoiar as iniciativas que tenham por fulcro a Banda Desenhada.
Um pormenor a finalizar: as pranchas da BD, pertença da Câmara Municipal de Odivelas, foram cedidas por esta autarquia à Junta de Freguesia da Pontinha, pertencente àquele concelho.
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Imagens no topo da postagem (de cima para baixo):
1 - A prancha inicial introduzindo o visionador no ambiente primitivo dos povos nómadas que viveram no território hoje constitutivo do Concelho de Odivelas
2 - Imagem idealizada e algo destoante das lutas dos povos autóctones que lutaram contra os romanos (aquele cavaleiro com franja à príncipe Valente, vale apenas pela dinâmica...)
3 - A figura imaginária do rei D. Diniz, e o mosteiro que mandou construir em Odivelas para as freiras da Ordem de Cister
4 - Recriação em desenho dos painéis em azulejo referentes ao monumento do "Senhor Roubado"
5 - Recriação em desenho dos painéis em azulejo referentes ao monumento do "Senhor Roubado"

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Os leitores da presente postagem interessados em ver as duas anteriores dedicadas ao mesmo tema podem fazê-lo clicando na etiqueta "Exposições BD avulsas" colocada no rodapé

terça-feira, novembro 09, 2010

Livros sobre BD - Os meus livros (VI)








Sociologia das Histórias aos Quadradinhos foi o primeiro livro a estudar a Banda Desenhada publicado em Portugal, em 1970.
Da autoria de Jacques Marny, o título original é Le Monde Étonnant des Bandes Dessinées, e a ficha técnica conta como editora no país de origem as Éditions du Centurion, Paris, sendo a obra datada de 1968.
Surpreendentemente, pouco tardou que fosse traduzida em Portugal, talvez graças ao interesse manifestado pela geração de entusiastas da BD na época, que quase tinha aprendido a ler com as revistas Mosquito, Diabrete, Cavaleiro Andante, Mundo de Aventuras, Jacto, Tintin e outras, que existiram nos espaços de tempo intercalares, ou até em simultâneo.
A existência, na tradução do livro, da expressão tradicional "Histórias aos Quadradinhos", deve-se talvez ao facto de a (então) novel definição "Banda Desenhada" ainda só ter sido introduzida recentemente - meados da anterior década de sessenta - no vocabulário português, pese embora o facto de a obra original relacionar o conteúdo com as "bandes dessinées".
Não faço ideia se a tradutora, Maria Fernanda Margarido Correia, seria uma conhecedora do assunto. O que me parece - mesmo não conhecendo a edição original - é de que se trata de uma razoável tradução (adaptação, em alguns casos, às expressões da língua portuguesa, como é o caso do título, ou liberdades linguísticas, como seja traduzir t-shirt por "camisa de golfe"), feita para a portuense Livraria Civilização.
Um pormenor que valoriza o livro, logo à entrada, é o prefácio de (imagine-se) René Goscinny. E que diz ele?
"Ah! O que se disse, o que se escreveu sobre as histórias aos quadradinhos! Defendida por uns, desdenhada por outros, atacada, respeitada, analisada, estudada, repudiada, admirada, vilipendiada, a história aos quadradinhos tornou-se suficientemente importante para ter as honras das iniciais: ela tornou-se a H.Q. (...)"
Se na tradução estivesse banda desenhada e BD, em vez de histórias aos quadradinhos e HQ (digo isto à revelia de amigos meus que respeitam essa antiga nomenclatura), o texto poderia ter sido escrito hoje, quarenta anos passados.
Também as referências a nomes sonantes de intelectuais franceses - Francis Lacassin, estudioso da BD, e Evelyne Sullerot, socióloga -, e aos primeiros eventos internacionais aqui apresentados como congressos, Bordighera em 1965, e Lucca em 1966 (ambos em Itália), como suportes de prestígio, poderiam ser hoje apresentadas como argumentos a favor da Banda Desenhada.
O livro divide-se em numerosos capítulos, de que destaco os seguintes:

As grandes etapas
Os subtítulos são esclarecedores: "A pré-história", "Os verdadeiros começos", "O período de adaptação", "A explosão das histórias aos quadradinhos", "A história aos quadradinhos reencontra a sua aspiração".
Em alguns destes capítulos há afirmações discutíveis, hoje em dia, comparando com os pontos de vista de outros investigadores. Por exemplo: nesta obra é dada como ponto de partida para a existência da BD as imagens de Épinal, datadas de 1820. Apesar de a discussão acerca da origem da banda desenhada ser infindável, é mais consensual considerar os álbuns editados pelo suiço Rodolphe Töpffer, com as suas próprias bandas desenhadas, sendo a Histoire de M. Jabot, publicada em 1833, forte concorrente a essa categoria.
Aliás, bastantes páginas mais à frente, é feita parcialmente justiça a Töpffer, mencionado como um dos antepassados da arte, que alguns franceses classificaram de nona.
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Incursão pela pré-história
"Os primórdios das histórias aos quadradinhos remontam à noite dos tempos... Não as faziam os homens das cavernas, quando se metiam nas entranhas da terra e cobriam as paredes com bisontes e renas a galope? Mais perto de nós, os hieróglifos retratavam, sobre os túmulos reais de Tebas, a vida dos faraós desaparecidos.
Não será a maior banda desenhada (*) do mundo a Tapeçaria de Bayeux, que conta, ao longo de setenta metros de sequências sucessivas, a epopeia dos cavaleiros normandos? E esquecemo-nos de mencionar a coluna de Trajano, dum imenso requinte, que inventou a banda desenhada(*) em espiral, cuja técnica parece nunca mais ter sido retomada! (..)"
Num pedaço de madeira gravada, de 1370 (a Tábua Protat), um centurião romano levanta um dedo na direcção da cruz (...) e curvado para a frente, declara: Vere filius Dei erat iste "sim, na verdade este homem era o filho de Deus". Da sua boca sai, qual graciosa voluta, um filactério, antepassado do "balão" das histórias aos quadradinhos modernas".
Deste modo, no decurso dos séculos, e a pouco e pouco, nasce uma nova forma de expressão. Com efeito, se juntarmos:
-a sucessão de sequências da Tapeçaria de Bayeux,
- o filactério da tábua Protat,
obteremos os dois componentes principais da banda desenhada (*).
A história da banda desenhada (*) provém do encontro destes dois elementos, ou, dizendo doutra maneira, é a relação dinâmica entre a imagem e o texto (...)"
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O perfume da terra ou a tradição francesa
"Entre 1934 e 1939 a França viu-se submersa por histórias aos quadradinhos americanas ou italianas.
A produção nacional esfalfava-se a imitar-lhes o ritmo, enquanto a organização americana, perfeitamente rodada, estava à altura de atacar os mercados estrangeiros. Cada história, já amortizada no país de origem graças a um sistema de revenda a cadeias de jornais, ficava por um preço sete ou oito vezes inferior ao das histórias francesas, como escreve Sadoul (...)".
O mesmo cenário se observa em Portugal, digo eu agora. Quando alguém barafusta pelo preço elevado a que se vendem os álbuns, desde há muitos anos que aponto este motivo, igualmente válido para as edições portuguesas.
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Os Estados Unidos atacam
Neste capítulo fala-se de várias séries que se notabilizaram em França (não esquecer que o livro foi lá editado e é de um autor francês), designadamente a série onírica Little Nemo, a surrealista Krazy Kat, a poética Gato Félix, a satírica La Famille Illico (como foi baptizada em francês a série americana Bringing up Father, de Geo Mc Manus).
As grandes agências estado-unidenses King Features Syndicate e United Features Syndicate (muitas vezes traduzidas no livro erroneamente por "sindicatos", como se fossem Unions, amenizado o erro comum da tradutora pelo facto de aparecer entre aspas) encarregam-se da difusão destas grandes séries, quer pelos jornais americanos, quer pelas revistas europeias, o que permite aos autores de BD auferirem boas remunerações.
Além das séries americanas acima mencionadas, várias outras tiveram sucesso contemporaneamente em França (e noutros países europeus, caso de Portugal, embora bem mais tarde) como aconteceu com Winnie Winkle, da autoria de Martin Michael Branner, naturalizada pelos editores franceses que a baptizaram com o nome de Bicot, apresentada a 6 de Janeiro de 1924 no jornal Dimanche Illustré.
E não poderia faltar referência a uma personagem do calibre de Popeye, célebre pelo seu "doping" vegetariano de espinafres, criado em 1929 por Elzie Segar.
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Tintin, Haddock e o seu pai
(Um aparte: todos os títulos dos capítulos deste livro estão em caixa baixa, o que voltou a estar na moda gráfica... Não há nada de novo sobre a Terra...)
Num livro de escritor europeu sobre banda desenhada não poderia faltar um capítulo dedicado às personagens de Hergé.
Os números citados por Jacques Marny, referentes a 1970, impressionam: "800 personagens, 20 milhões de álbuns vendidos: o mundo de Tintin continua a ser um dos domínios encantados da aventura".
Neste capítulo, o escritor reproduz conversas com Hergé, que responde a uma pergunta sua: "Como é que vejo Tintin? Como um rapaz de quinze anos. Pelo menos, desde o princípio que lhe dei oficialmente esta idade. Agora vejo-o como um adolescente de dezassete anos."
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Tarzan, senhor da selva
"1929. Nos Estados Unidos é o ano de grande depressão económica, que desfaz fortunas dum dia para o outro, lança na rua milhões de operários desempregados (...) 1929 é também o ano em que aparece, na história aos quadradinhos, uma personagem com a promessa de uma carreira brilhante: Tarzan (...)"
"Adventure strip", eis o nome que os americanos dão a esta faceta da BD, que valoriza o realismo, explorada por dois mestres do desenho e da composição gráfica: Harold Foster - o iniciador da ainda hoje famosa série - e Burne Hogarth, o sucessor imediato.
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Vários outros capítulos são dignos de análise: "Panorâmica dos heróis das histórias aos quadradinhos"; "Dois nomes com prestígio: Alex Raymond e Milton Caniff"; "Quando as histórias aos quadradinhos se põem a pensar"; "Quatro passos no erotismo"; "Literatura de elite ou de ilota?"; "A história aos quadradinhos, produto explosivo".
Aqui fica, muito resumidamente, uma síntese desta obra que, não sendo exepcional, merece leitura atenta.
GL
(*) Curiosamente, a tradutora usa várias vezes a expressão "banda desenhada", abandonando a de histórias aos quadradinhos. Por motivos estilísticos, para evitar a repetição cansativa?

Ilustrações no topo, de cima para baixo:
1. Capa, por A. Baganha
2. Tapeçaria da rainha Matilde, em Bayeux
3. idem, idem
4. Popeye, criado em 1929
5. Personagens criadas por Hergé
6. Tarzan, de Burne Hogarth
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Título português: Sociologia das Histórias aos Quadradinhos
Título original: Le Monde Étonnant des Bandes Dessinées
Autor: Jacques Marny
Capa de cartolina a três cores, com dobras na capa e contracapa
Dim. 13x19cm
Nº de páginas: 128
Data da edição francesa: 1968
Data da edição portuguesa: 1970
Editora: Livraria Civilização
Rua Alberto Aires de Gouveia, 27
Porto
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Quem estiver interessado em ver as cinco postagens anteriores, consegue-o com facilidade, bastando para isso clicar sobre a etiqueta "Livros sobre Banda Desenhada - Os meus livros" que está visível no rodapé

sexta-feira, novembro 05, 2010

Autógrafos desenhados (XIV) - Azpiri

Nos festivais de banda desenhada, um dos aspectos que mais entusiasmam os apreciadores é a obtenção de desenhos autografados ou, no mínimo, de autógrafos nos álbuns, com dedicatória (daí que no Festival Internacional de Bande Déssinée de Angoulême essas sessões sejam chamadas de "dédicaces").

Como poderia eu resistir a esse entusiasmante apelo? Não resisti, obviamente, e desde há um pouco mais de trinta anos tenho-me mantido a aumentar essa preciosa colecção, o que levou o primeiro director da Bedeteca de Lisboa, João Paulo Cotrim, a convidar-me para eu comissariar uma exposição baseada nesse numeroso acervo. 

Recusei, por achar que, pelo facto de todos os desenhos terem dedicatórias dirigidas ao meu nome, daria azo a que os habituais maldizentes falassem em exibicionismo ou narcisismo...

Como estamos ainda no período de permanência do 21º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, vem a propósito mostrar o desenho autografado (ou "autógrafo desenhado", expressão que criei para esta rubrica) que me foi oferecido naquele evento amadorense por um autor cujo nome e obra me são familiares desde há muito, Azpiri.
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Azpiri, Alfonso

Azpiri, de nome completo Alfonso Azpiri Mejia, autor de banda desenhada, nasceu em Espanha, Madrid, em 1947.
O início do agora consagrado autor espanhol deu-se na revista Trinca em 1971, e no seu currículo constam colaborações em várias publicações espanholas da especialidade, designadamente Cimoc, 1984 e Comix Internacional; na italiana L'Eternauta; e nas americanas Heavy Metal e Penthouse Comix.
Nestas suas diversas participações ressalta a sua essencial tendência para três tipos de BD: a de temas fantásticos, a infanto-juvenil, e a que se dedica à vertente erótica.
Ao longo destes quase quarenta anos de actividade, Azpiri tem a seu crédito uma vasta produção:


1971 - "Dos fugitivos en Malasia" (revista Trinca, sob argumento de Sesén);
1978 - "Zephyd" (revista Cimoc, sob argumento de Cidoncha);
1979 - "Lorna y su robot", uma heroína a fazer lembrar "Barbarella", aparecida na revista Mastia, e mais tarde, 1981, na Cimoc. Apesar do título mencionar um robô, afinal eram dois, R2D2 e C3PO.
1980 - "Los Vagabundos del Infinito";
1982 - "Pesadillas" (revista 1984, sob argumento dele próprio);
1983 - "El Cómic Vivo" (na revista Comix Internacional, sob argumento próprio);
1984 - "Las Nuevas aventuras de Lorna y su robot" (Cimoc Extra Color);
1988 - "Mot" (bd destinada ao público jovem, publicada no El Pequeño País, suplemento do jornal espanhol El País;
1989 - "Storia d'Amore" (in L'Eternauta)
1991 - "Otros Sueños", a trabalhar sob textos de vários argumentistas;
1992 - "Reflejos" (in Cimoc, sob argumento de Juan Antonio de Blas);
1994 - "El bosque de Lump" (bd infantil no El Pequeño País, suplemento do jornal El País);
1994 - "Bethlehem Steele" (na revista Penthouse Comix), sob argumento de George Caragonne, Mark McClellan e Thornton;
1994 - "Reflejos" (revista Cimoc Extra Color, desta vez sob argumento próprio).
 


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As treze postagens anteriores dedicadas a este tema podem ser vistas através de um simples clique sobre a etiqueta "Autógrafos desenhados", que se vê no rodapé.
Se o fizerem terão oportunidade de ver desenhos improvisados de (por ordem alfabética):
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1. Aragonés
2. Carlos Roque
3. Enrique Breccia
4. Gary Erskine
5. John Buscema
6. Juan Cavia
7. Milo Manara
8. Moebius
9. Mordillo
10.Neal Adams
11.Quino
12. Solano López

quarta-feira, novembro 03, 2010

Comic Jam (26ª prancha)

Na Tertúlia BD de Lisboa improvisa-se banda desenhada, todos os meses.
Com alguma incomodidade, em cima da mesa onde acabam de jantar e lado a lado com prato e talheres, seis autores criam uma prancha, entre o início do encontro (20h) e o seu término (23h).
Aí está, no topo do "post", mais um Comic Jam, versão anglófona do bem conhecido "cadáver esquisito". O título inicial mantém-se, "O dia em que", apenas muda o nome do autor, que é sempre o Convidado Especial da TBDL.

Desta vez, os colaboradores foram (da esquerda para a direita, e de cima para baixo):

1. Miguel Mocho -------- 2. Nélson Martins
3. Pedro Alves ----------  4. Hugo Teixeira
5. José Abrantes -------  6. João Sequeira-JAS

Para uma primeira ampliação, todos os visitantes sabem que basta clicar em cima da imagem.
Talvez alguns não saibam é que, para aumentar essa ampliação inicial, tem de se passar outra vez por cima da imagem com o cursor que, desta vez, apresenta um ícone em forma de lente com o sinal + no interior, e clicar de novo
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Quem estiver interessado em ver as 25 pranchas anteriores poderá fazê-lo clicando no item "Comic Jam" visível no rodapé

segunda-feira, novembro 01, 2010

Tertúlia BD de Lisboa - 316º Encontro - 2 Nov.









Em cima:
Imagens de capas de bandas desenhadas sob argumento de Rachel Pollack
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Em baixo:
Imagens de banda desenhada sob argumento de Miguel Mocho








A americana Rachel Pollack é argumentista de banda desenhada, por isso pode considerar-se uma avis rara (mulheres a escreverem argumentos para desenhadores de BD podem contar-se pelos dedos...).
Como veio a Portugal por motivos profissionais - ganha a vida como especialista de Tarot - e só regressa a Nova Iorque na quarta-feira, tê-la-emos como Homenageada na Tertúlia BD de Lisboa.
No mesmo dia, e como Convidado Especial, estará presente Miguel Mocho, também na qualidade de argumentista - mera coincidência.
As regras que estabeleci para destrinçar entre Homenageados e Convidados Especiais baseiam-se na quantidade e importância editorial das bandas desenhadas realizadas, e da idade dos autores, visto que, com idades superiores a cinquenta anos
Aqui ficam sínteses biográficas de ambos, embora, como sabem os habituais tertulianos, será distribuida por todos uma folha A4 com a autobiografia respectiva.

RACHEL POLLACK
Rachel Pollack nasceu nos Estados Unidos da América, Brooklin, Nova Iorque, a 17 Agosto 1945.
Possui um grau académico em Inglês pela New York University, um mestrado em Inglês pela Claremont Graduate School, e deu cursos de língua inglesa na New York University.
Na Banda Desenhada tem colaborado como argumentista com vários desenhadores, sendo portanto co-autora de diversas obras de BD, designadamente:
Doom Patrol, fascículos nºs 64, 65, 66 e 67 para a Vertigo (1993-1995);
Brother Power de Geek, uma bd tipo "one shot" ;
Time Breakers ("limited series") - 2 of 6 (Feb.97) , 3 of 5 (Mar.97)
The New Gods, onze fascículos para a DC Comics, os primeiros cinco em co-autoria com Tom Peyer (1995/1996);
Tomahawk (Vertigo, 1998);
Genius, uma nova série que está actualmente a escrever.
Como ilustradora e taróloga (especialista em Tarot) fez ilustrações para as seguintes obras sobre esse tema: "Shining Woman Tarot Desk" (1992), e "Shining Tribe Tarot Desk" (1997).
Como escritora de ficção foi agraciada com várias Menções Honrosas e prémios de prestígio, entre eles o famoso "Arthur C. Clarke Award" de Ficção Científica (pela obra "Unquenchable Fire"), e o "World Fantasy Award" (por "Godmother Night", livro publicado em 1996), mas escreveu outros em datas posteriores, nomeadamente "A Secret Woman", em 2002.
Rachel Pollack veio a Lisboa como profissional de Tarot. Mas acabou por se ver inserida no meio da banda desenhada, onde também pertence, e estará na Tertúlia BD de Lisboa para ser a Homenageada de Novembro, enquanto argumentista de banda desenhada.

MIGUEL MOCHO
Miguel Mocho nasceu em Lisboa, a 19 Setembro 1971.
Obteve licenciatura em Arquitectura e exerce a profissão de arquitecto em Évora, onde reside. Além disso actua como músico e faz cenografias em peças teatrais.
Possui também habilitações em áreas ligadas ao Cinema.
Relativamente à realização de Banda Desenhada como argumentista ou eventualmente como desenhador, e edição de fanzines, Miguel Mocho tem a seu crédito o seguinte:
2003 - Co-edição (com João Sequeira-JAS) do fanzine "Apalpalhão Comix". Nele constam dois "cadáveres esquisitos", um intitulado Milu e Toni, Uma história de Amor, o outro, Sargonauta, sendo os desenhos de ambos, bem como o argumento.
Ainda neste ano fez o argumento e o "layout" para a bd Western a Cores, com desenhos de JAS.
2005 - Co-autoria, com JAS a desenhar e ele a argumentar, da bd Metamorfina, editada pela Bedeteca de Lisboa, que obteve a classificação de 4º melhor álbum nacional e 4º melhor argumento nacional, nos prémios Central Comics.
2007 - Fez argumento para Cátia Serrão e em 2008 para Richar Câmara, ambas as bedês para o magazine "Alçapão" (edição da Ordem dos Arquitectos - Delegação de Portalegre.
2009 - Co-editou com João Sequeira o fanzine "38special", sendo as bedês com argumento dele e desenhos de JAS.
2010 - Está a editar o "Sandes de Cebola", fanzine de artes visuais e de música. A bd Western a Cores feita em 2000 com argumento seu, é publicada em 2 de Novembro deste ano no fanzine "Tertúlia BDzine" (nº duplo 155-156).
Na mesma data foi o Convidado Especial da Tertúlia BD de Lisboa.
No que concerne a exposições, tem já um extenso currículo, iniciado em 1996 com a participação em eventos ligados à Pintura, ao Cinema e ao Teatro. Destaco apenas um que teve a ver com BD.
"Live Act" de banda desenhada e desenho (colectiva) na Feira do Livro de Lisboa, 1996.
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As imagens que ilustram esta postagem são as seguintes, de cima para baixo:

Parte respeitante a Rachel Pollack

1. Doom Patrol - Rachel Pollack, Richard Case, Stan Woch - nº 64 - Mar.93 DC Vertigo
2. Time Breakers - Rachel Pollack, Cris Weston - nº 1-Jan.97 DC Comics
3. Doom Patrol - Rachel Pollack, Richard Case, Linda Madley, Stan Woch - nº65-Apr.93 DC Vertigo
4. Doom Patrol - Rachel Pollack, Richard Case, Stan Woch - nº66-May 93 DC Vertigo
5. Doom Patrol - Rachel Pollack, Linda Medley, Graham Higgins - nº67-Jun.93 DC Vertigo
6. Capa de "Time Breakers", Rachel Pollack, Chris Weston - 2 of 6, Feb. 97
7. Capa de "Time Breakers", Rachel Pollack, Chris Weston - 3 of 5, Mar. 97

Parte respeitante a Miguel Mocho
(...e vale a pena ler as legendas, para as ampliar basta clicar sobre as vinhetas/prancha)
8. Capa do álbum Metamorfina (desenhada por Joõ Sequeira) nº 17 da colecção LX Comics
9. Página inicial (Esta manhã acordei e, ao sair da cama, verifiquei que arrastava ligeiramente o pé esquerdo (...)
10. Eram já horas de sair, mas toda aquela nova situação (...)
11. Não poderia aparecer assim no escritório (....)
12. Foi então que, ao passar pela cozinha, para o habitual café da manhã, se me prendeu o pé no armário (...)
13. Aquilo estava a enervar-me e, ao tentar reaver o meu pé, parti uma das três últimas sobreviventes de Brunello di Montalcino de 71 (...)
14. Quando a ira se afastou, a razão narrava-me o sucedido: o cutelo jazia no chão, junto a um resto de tecido das minhas calças e ao sapato ensopado em sangue (...)
Nota: Estes textos (incompletos) pertencem às primeiras cinco páginas de um álbum com vinte e nove.
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Lista do total de participantes neste encontro (28) e
respectivos nomes (informação adicionada "a posteriori"):
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1.Adelina Menaia; 2.Álvaro; 3.Ana Saúde; 4.Ana Vidazinha; 5.António Isidro; 6.Gastão Travado; 7.Geraldes Lino; 8.Helder Jota; 9.Hugo Teixeira; 10.Isabel Viçoso;
11.João Figueiredo; 12.João Monsanto;
13.João Sequeira "JAS"; 14. José Abrantes;
15.Manuel Valente; 16.Miguel Ferreira; 17.Miguel Mocho; 18.Milhano; 19.Moreno; 20.Nélson Martins;
21.Patrícia Freire; 22.Paulo Marques; 23.Pedro Alves;
24. Pedro Bouça; 25.Rachel Pollack; 26.Rui Domingues; 27.Sá-Chaves; 28.Simões dos Santos
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Quem estiver interessado em ver "posts" anteriores pode fazê-lo, para o que bastará clicar na etiqueta com o item Tertúlia BD de Lisboa que se vê no rodapé