sexta-feira, junho 25, 2010

Banda Desenhada portuguesa nos jornais (CXXI) - Jornal "Rosa Maria" - Autores: Nuno Saraiva; Hugo Henriques





Estamos no mês dos santos populares, há festa nos bairros de Lisboa, a Mouraria é um deles, e Rosa Maria (*) é o seu jornal, trimestral gratuito e - haja Zeus! - com banda desenhada!

O Rosa Maria Jornal da Mouraria - este o título completo do novel periódico, é editado pela Associação Renovar a Mouraria.

O número Zero foi distribuído no fim- de-semana passado, em pleno arraial montado no Largo da Rosa, onde se situa o palácio (degradado) que ostenta o mesmo nome, e que é "o lado aristocrático da Mouraria", como escreve Pedro Santa Rita no jornal.
Com grande satisfação para todos os bedéfilos que por lá passaram - Pedro Cavalheiro, José Eduardo Rocha, Fernando Guerreiro, Carlos Guerreiro, a gatófila, poetisa (ou poeta, agora usa-se mais) e bedéfila Inês Ramos e, claro, o Nuno Saraiva, também activo elemento da citada associação, assim como a minha amiga Margarida, que em tempos esteve ligada à Feira Internacional do Fanzine, na edição levada a efeito no Centro Cultural do Laranjeiro.

Há uma novidade no que concerne à BD publicada no jornal: repare-se nos nomes que se apresentam como autores da tira Moran mora na Mouraria, Hugo Henriques a fazer o desenho e o franco-argelino (residente apaixonado pela Mouraria) Mourad Ghanem a escrever o argumento. O desenho tem um certo tom "naïf", com frescura e graça. Só daqui a três meses teremos mais.

Nuno Saraiva, a solo de novo, assina a prancha a cores A Vida em Rosa, ao seu estilo descontraído e rápido, com o humor que o caracteriza, e o espírito de observação invulgares (deliciosa a figura de Rosa Maria, à janela da mansarda, vendo-se lá no alto o castelo de S. Jorge)...
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(*) 
"A minha graça é Rosa Maria
"Foi um grande alvoroço na Rua do Capelão, mas a Albertina perdeu argumentos e foi a Rosa Maria quem levou a melhor. Não foi uma escolha fácil, depois de muitas horas em conversas com as pessoas, nos cafés, tascas e vielas, depois de muitos cartazes procurando um nome para o jornal da Mouraria (...)
Já tínhamos centenas de propostas, novas iam chegando, eis quando surge a Adriana com a Rosa Maria, perdigueira irrequieta.De imediato foi sugerido o seu nome. Foi a votos e ganhou: Jornal da Mouraria, de seu nome Rosa Maria. IA
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Mouraria
Uma filha da tolerância
Sem D. Afonso Henriques, este lugar nunca teria nascido
(um curto mas notável texto de Adalberto Alves, escritor e advogado, que enriquece o espaço bem paginado do Rosa Maria.
 

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Há festa na Mouraria
Poema: Gabriel de Oliveira
Música: Alfredo Marceneiro

Há festa na Mouraria,
É dia da procissão
Da Senhora da Saúde.
Até a Rosa Maria,
Da Rua do Capelão,
Parece que tem virtude.
(...)

Mais um pouco do que há para ler neste Rosa Maria, cheio de virtudes, cores, fotografias, bandas desenhadas, e muito trabalho comunitário, que ainda existe, ah pois é...
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QUEM FICAR INTERESSADO EM COMEÇAR A COLECCIONAR ESTE ESTUPENDO JORNAL, TERÁ DE IR NESTAS AGRADÁVEIS NOITES DE 6ª FEIRA (25) E SÁBADO (26), AO ARRAIAL DO LARGO DA ROSA, ONDE HÁ SARDINHA ASSADA, MÚSICA, BAILARICO POPULAR E MUITA SIMPATIA DOS MORADORES. 
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2 comentários:

Ed disse...

Boa tarde, Geraldes.
É bom saber novidades suas passados tantos anos. Chamo-me Eduardo Almeida e em meados dos anos 80 era sócio do CPBD. Não se deve lembrar de mim mas falámos várias vezes nos famosos convívios dos sábados à tarde na sede do clube (eu era editor do fanzine de BD "Max"). Como não tenho o seu contacto, se possível gostaria que me enviasse um e-mail para dicopt@yahoo.com, já que gostaria de lhe fazer uma proposta.
Obrigado.

Um grande abraço,
Eduardo Almeida

Geraldes Lino disse...

Tem razão, Eduardo Almeida, não me recordo de si, nem da sua presença na sede do Clube Português de Banda Desenhada (nessa época era, salvo erro, em Benfica, na Praça Alexandre Pinheiro Torres, num escritório de um amigo meu e autor de BD, Eugénio Roque).
Entretanto, fui à minha vasta colecção de fanzines procurar o tal MAX que cita, e encontrei cinco números.
O nº 1 data de 15 de Maio de 1986, onde você aparece como director, e João Xavier como coordenador.
Propriedade: De todos (assim está lá escrito, despretenciosamente); e não há nenhum nome como editor, mas terá sido lapso de jovens fanzinistas, que você agora corrige.
Distribuição: D'mão em mão (outra curiosa frase que aparece na ficha técnica).
E um apelo: "Coleccione e ajude o fanzine MAX".
O último que tenho é o nº 5, datado de Dezembro de 1986.
Terá sido de facto o último?
(Irei escrever para o email que indica, mas decidi registar aqui estes elementos, respeitando a curiosidade de outros visitantes).
Abr.
GL