quinta-feira, abril 29, 2010

Banda Desenhada portuguesa em jornais (CXVIII) Autores: João Maio Pinto e Rui Lacas (desenho), Luís Leal Miranda (argumento)




Para os apreciadores da arte da Figuração Narrativa, vulgo Banda Desenhada, constitui grande satisfação quando um jornal usa parte do seu espaço a publicá-la.
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Prancha 1) É o que está a acontecer este ano com o jornal i, aos sábados, desde a edição de 3 de Abril: nesse dia surgiu a rubrica Almanaque, com uma página inteira preenchida por excelente prancha de apresentação, em quadricromia, desenhada, legendada e colorida por João Maio Pinto, sob argumento/guião de Luís Leal Miranda.
Como diz a legenda em rodapé "ALMANAQUE é uma bd com histórias a cores baseadas em factos cor-de-rosa".
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Prancha 2) Uma semana depois, no dia 10, foi a vez do episódio intitulado "O Último Voo da Águia Vitória", símbolo do clube ésse-éle-bê, onde também entra um cavalheiro a usar o seu balão de fala para dizer o seguinte:
"Cancelem o programa de criação de dragões",
e mesmo não estando o retrato/caricatura rigorosamente parecido, dá para perceber que é o cromo-presidente do fê-quê-pê quem dá ordens pelo telefone.
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Prancha 3) Na 3ª prancha, publicada a 17 de Abril, o título promete uma orgia de gozo: "Calçada da Fama à Portuguesa"... Uma lady em foco nos nossos média cor-de-rosa, ali chamada de Lili, com cara chapada de Caneças, é a protagonista de um episódio irónico e cáustico, não só no que concerne à sofreguidão dela pelos cinco minutos de fama, como também à emaranhada teia da burocracia do aparelho estatal.
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Prancha 4) A 24 de Abril participam na bd semanal mais duas personagens importantes: o sr. Silva (parafraseando o sr. João, da Madeira, ao referir-se ao presidente da República portuguesa de que ele é cidadão) e respectiva esposa, logo na primeira vinheta.
A acção desta narrativa gráfica de pendor humorístico e caricatural localiza-se na Alameda das Almas Livres, 1º A, Céu (um delírio de humor sem peias) e, cito, "o Todo-Poderoso prepara-se para preencher a Declaração de Impostos"...
Neste mais recente episódio, a BD, mantendo o mesmo argumentista/guionista Luís Leal Miranda, passou a ter uma dupla de grafistas: Rui Lacas apresenta-se como autor do desenho (digamos que é quem faz o layout) e João Maio Pinto reserva-se agora para arte-finalizar (passagem a tinta, ou tintar, acto que o legendador definiu pela nomenclatura inglesa, "inking"), sendo que a arte-final inclui a colorização.
Só não é indicado quem faz a legendagem, mas como se mantém a mesma fonte, deduzo que continue a ser João Maio Pinto, que, aliás, faz um trabalho correctíssimo, digno de ser seguido por quem quer fazer trabalho de legendagem de BD como deve ser: a letra usada nos balões é vertical, enquanto que a dos cartuchos é inclinada.
Quem tem experiência de leitura de BD (tanto europeia como americana) sabe que é este o correcto modelo usado quase sempre desde sempre.
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Para se verem os nomes dos autores que já foram focados nesta etiqueta (ou categoria), nas 117 postagens já efectuadas, em baixo fica a respectiva lista:

(CXVII) - Fev. 10 - Autor: Bruno Rafael
2010 (daqui para cima)

(CXVI) - Dez. 20 - Autor: Nuno Saraiva
(CXV) - Out. 22 - Autor: Richard Câmara
(CXIV) - Set. 25 - Autores: Jorge Coelho, Patrícia Furtado, Ricardo Venâncio, Nuno Duarte (arg.)
(CXIII) - Jun. 17 - Autor: Pilar
(CXII) - Abr. 19 - Autor: Nuno Saraiva
(CXI) - Março 6 - Autor: Nuno Saraiva

Nota: Os autores abaixo indicados colaboraram no jornal MU (Mundo Universitário) mas não tinham ficado aqui registados nas respectivas datas, em anos anteriores
Jun. 17 - A.Pilar
Abril 19 - Nuno Saraiva
Março 6 - Nuno Saraiva
Jan. 27 - Pedro Alves J. Mascarenhas Ricardo Cabral Algarvio Mota Zé Manel JCoelho Pepedelrey Carlos Marques e Sílvia Matos e Lemos Kalika (sob poema de Herberto Helder) Carlos Rocha José Lopes Francisco Sousa Lobo

(CX) - Jan. 27 - "post" com as bedês dos autores acima indicados, que foram publicadas no "Mundo Universitário" em 2004, início da minha coordenação da rubrica BD naquele jornal
2009 (daqui para cima)

Dez. 26 Ricardo Cabral
Out. 21 - Joana Sobrinho
" 14 - Nuno Duarte ("Outro Nuno")
" 8 - Diogo Carvalho e Phermad
Set. 23 - Jorge Mateus
" 16 - Paulo Marques
Ag. 15 - Derradé (3 tiras de BD), Álvaro (2 tiras), Pedro Alves (2 tiras)
" 17 - Nuno Sarabando (d) e Hugo Jesus (a)
" 12 - Miguel Marreiros (d) e André Oliveira (a)
" 10 - Derradé
" 4 - Marte
Maio 21 - Pedro Zamith
" 20 - Algarvio
" 12 - Pedro Alves
" 7 - Agonia Sampaio e André Amaral
Abril 29 -Pedro Massano
" 22 - Marco Mendes
" 15 - Luís Afonso
" 5 - A. Pilar
Março 28 - Luís Louro
" 10 - João Lam
" 8 - José Abrantes
Fev. 25 - GEvan
" 18 - Pedro Bürin (d.), Mário Freitas (a.)
" 11 - Mariana Perry (d.), André Oliveira (a.)
Jan. 28 - Antero Valério
" 27 - Rodrigo
" 21 - Hugo Teixeira
2008 (lista acima)

Dez. 23 - Sko Nihil Vo (desenho), Hugo Sousa (cor)
" 16 - Pepedelrey
" 8 - Relvas
" 1 - Phermad
Nov. 25 - Nuno Saraiva
" 23 - Algarvio (Alexandre Algarvio)
" 18 - José Pedro Costa e Arlindo Fagundes
" 11 - Derradé
Out. 31 - Agonia Sampaio
" 25 - Manaças (Pedro Manaças)
" 16 - Álvaro
" 12 - Pedro Alves
" 10 - Lam (João Lam)
" 3 - Autores: Ricardo Reis (d), Cristiano Baptista (cor), André Oliveira (arg.)
Set. 25 - Antero Valério
" 13 - Joba e ML
Jul. 12 - Luca
Junho 4 - Esgar Acelerado
Maio 31 - Algarvio
" 28 - Ricardo Cabral
" 14 - José Carlos Fernandes
" 12 - Filipe Andrade (desenho), Filipe Pina (argumento)
" 1 - Vasco Gargalo
Abril 24 - Zé Manel
" 18 - Arlindo Fagundes (arg. e desenho), José Pedro Costa (cor) Março 30 - Pedro Nogueira
" 23 - José Lopes
" 16 - Zé Paulo
" 7 - Lam
" 1 - Ricardo Correia (des.), André Oliveira (arg.), Ana Maria Baptista (colorido)
Fev.12 - Pedro Zamith
" 7 - Nazaré Álvares
" 7 - Marco Mendes
Jan. 23 - Ângela Gouveia
" 16 - Filipe Goulão
2007 - (lista acima)

Dez.6-A.Rechena
Nov.28-José Lopes
" 21-Pedro Alves
" 14-Nuno Saraiva
" 8-Pedro Morais
Out.31-Ricardo Ferrand
" 24-Algarvio
" 17-Ricardo Cabral
" 11-Álvaro
" 5-Pedro Massano
Set.27-Derradé
" 24-Nuno Saraiva
Ainda em 2006, mas após as "férias grandes" (entre 8Jun. e 24Set, lapso de tempo em que o MU não foi editado), a lista de colaboradores vê-se daqui para cima

Jun.8-Estrompa
Maio 31-António Valjean
" 24-Pedro Nogueira
" 20-Zé Manel
" 16-Ricardo Cabral e Jorge Cabral
" 12-Pepedelrey
" 4-J.Mascarenhas
Abril 5-Cheila
Março-29 -Pedro Morais
" 20-Joana Figueiredo
" 15-Pedro Nogueira
Fev.14-A.Rechena
" 8-Derradé
Jan.19-Pedro Alves
2006 (lista daqui para cima)
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Para ver os 117 textos anteriores basta clicar sobre a etiqueta "Banda Desenhada portuguesa nos jornais" inserida no rodapé

quinta-feira, abril 22, 2010

Fanzines, esses desconhecidos (XL) - "Os fanzines, vítimas do vírus da iliteracia" - Artigo publicado no fanzine açoriano "Transform/Ar-te"




Apesar de o primeiro fanzine português, o Argon, ter surgido em Janeiro de 1972, continua a haver sempre quem pergunte "o que é um fanzine", quando se escreve ou se fala sobre o assunto.
E a explicação é simples: é um magazine editado por um (ou uma) fã.
Ou seja: é um magazine amador, sem fins lucrativos, feito por um (uma) entusiasta de qualquer tema:
banda desenhada, ilustração, música, cinema ("gore", em especial), ficção científica, poesia,
enfim, qualquer tema pode ser tratado num fanzine, embora, incontestavelmente, a BD seja o tema de maior projecção.
O neologismo surgiu pela contração da palavra fan com zine, a última sílaba de magazine.

Mas, com frequência, a pergunta hoje em dia é feita da seguinte maneira: "O que é uma fanzine?"

Isto é: mesmo não sabendo do que se trata, a maior parte das pessoas (especialmente os mais jovens) começa logo por, erroneamente, adoptar o género feminino.

Tem a ver com a citada deturpação muito em voga, desde há uns anos, o texto escrito por mim e publicado no fanzine açoriano Transform/Ar-te, editado em Angra do Heroismo, Ilha Terceira, pela Associação Cultural Burra de Milho.

É esse texto, afixado no topo deste "post", cuja leitura agradeço que seja feita pelos visitantes do blogue.

(Apesar de o texto em imagem parecer pouco nítido, como muito bem sabem bastar-lhes-á clicar-lhes em cima, os textos ficarão com um corpo suficientemente legível! Mas se acharem esse aumento insuficiente, mantenham o cursor sobre a imagem até aparecer um ícone com um sinal + dentro de um círculo, ou um outro de formato quadrado cor de laranja, com uma seta azul oblíqua em cada ângulo, no canto inferior direito; cliquem sff sobre este quadrado e a imagem aumentará para o dobro)

Apelo aos meus amigos:

1) Professores/as Rui Zink (tb libretista operático, romancista, autor de BD e estudioso da matéria, com livro publicado), José Eduardo Rocha (tb músico operático e com breve experiência como autor de BD), Luís Diferr (tb autor de BD), Antero Valério (tb autor de BD/cartunista), Paulo Guinote (tb argumentista e bloguista), Manuel João Ramos (tb autor de BD), Bruno Silva (tb autor de BD);

2) Professoras/professores que apreciam BD, Helena Feliciano, Rezendes Costa, Maria do Carmo, Clara Botelho, Fernanda Azevedo e Teresa Chaby, e ao 
professor/fanzinista/bloguista Paulo Guinote;

3) Autores de BD que fazem palestras, "workshops", oficinas, ateliês:
José Ruy (este quase com o dom da ubiquidade), Pedro Leitão, José Abrantes, Paulo Monteiro, Paulo Patrício, Mário Freitas, Marcos Farrajota, Paulo Marques, Phermad, João Mascarenhas, Diniz Conefrey;

4) Professores do curso universitário de BD e Ilustração na ESAP/Polo de Guimarães, Pedro Vieira Moura, Marco Mendes, Miguel Carneiro, Pedro Nora, Isabel Carvalho;

5) Autores de BD/profes de BD e Ilustração no AR.CO, Nuno Saraiva, Daniel Lima, Jorge Nesbitt, João Fazenda, Filipe Abranches;

6) Autores de BD/Ilustração, profes na ESBAL, Zepe e Richard Câmara;

7) e a todos/as professores/as que leiam este "post",
que me apoiem na defesa do ponto de vista linguístico correcto, sempre que ouvirem alunos a usar a citada versão errónea, não facilmente erradicável, hélas, porque faz parte da moda oral jovem...
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Para verem outros textos sobre o tema dos fanzines postados neste blogue, bastar-lhes-á clicar no item "Fanzines, esses desconhecidos" que aparece no rodapé

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O presente "post" é resultante de, desde há alguns anos a esta parte, a ler e a ouvir esta asneira, "a fanzine", mas a gota de água final teve a ver com dois fanzines ("Evasão" e "Vomit Core") que registei recentemente a finalizar um levantamento sobre esse tipo de magazines amadores editados em 2008, em postes datados de Abril 11 e Março 12 , no meu outro blogue, o "Fanzines de Banda Desenhada", visitável no endereço
http://fanzinesdebandadesenhada.blogspot.com/

Nota: 
Uso propositada e sistematicamente o vocábulo magazine, e nunca "revista", porque a segunda palavra é um dos motivos desta galopante alteração.
Exemplo: um dia, após uma palestra que fiz acerca de fanzines na ESAD, nas Caldas da Rainha, diz-me uma jovem: "também vou fazer uma fanzine".
Perguntei-lhe: por que motivo diz "uma" fanzine?
Resposta dela: "porque é uma revista".

E eu contrapus: "Nessa ordem de ideias, se um pinheiro é uma árvore, teremos de dizer "uma" pinheiro?

quinta-feira, abril 15, 2010

Banda Desenhada port. em revistas não esp. em BD (XLII) - Aula Magna - António Brandão e João Martins (des.), Marisa (arg.), Joana Hartmann (legendas)









"Esta consciência que faz de todos nós cobardes", frase de Hamlet (afinal, de Shakespeare), é o título de mais uma banda desenhada mostrada na revista Aula Magna (nº02), desta vez parcialmente a preto e branco - em quatro pranchas, só a terceira está ligeiramente matizada -, contrariamente à reproduzida no número anterior da mesma publicação, que tinha sido em quadricromia (também aqui publicada, no "post" de 21 de Março de 2009, mas que se pode ver facilmente clicando no item indicado no rodapé).

A bd que agora mostro tinha-me passado despercebida, porque o meu amigo Álvaro Áspera, um dos responsáveis editoriais, não me avisou, e só no momento em que ia postar a bd da Aula Magna nº 03 (datada de Dezembro 2009), ao visitar o "site" da revista verifiquei que havia uma anterior.
É dessa anterior que falo hoje, com uma equipa onde entra um autor a desenhar que eu não conhecia, chamado António Brandão - e que, com surpresa minha, me dizem que está a trabalhar para os Estados Unidos (*), João Martins (que desenha a parte do sonho, a que adiciona ligeira colorização), o argumento e o respectivo guião têm a assinatura de Marisa Costa (saúdo-lhe o regresso à escrita para BD), sendo design e legendagem de Joana Hartmann.

Vejamos agora a bd: desde pequena que dizem a Pandora "Tens de fazer aquilo que te mandam! Ou nunca hás-de ser nada nesta vida". Mas Pandora gosta de dormir, é a porta mais acessível para o país dos sonhos, até mesmo quando se senta na sanita do local onde agora trabalha, o Dr. Jekill Bar.

A originalidade gráfica está presente na realização desta banda desenhada: quando se chega à terceira prancha, o estilo do desenho, em registo realista de António Brandão é substituído pelo de João Martins, quase que apenas esboçado - entramos no reino onírico, no espaço de liberdade a que, esse sim, todos temos acesso, mesmo que estejamos agrilhoados aos deveres que nos impõe a sociedade.

(*) Já falei com o próprio António Brandão que, além de me confirmar que, de facto, está a colaborar com editoras independentes americanas, me enviou por e-mail as presentes imagens, bem melhores do que as que tinha anteriormente a ilustrar este "post", e que obviamente apaguei.
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O presente tema tem 41 "posts" anteriores, que podem ser vistos facilmente clicando no item Banda Desenhada portuguesa em revistas não especializadas em BD visível em rodapé.
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sexta-feira, abril 09, 2010

Autógrafos desenhados (XII) - Autor: Juan Cavia




Ilustração original que me foi oferecida por Juan Cavia


Comecei em 1980 a pôr em prática a ideia de coleccionar desenhos originais de autores da minha predilecção - pedidos pessoalmente, como é hábito, em eventos bedéfilos -, e o meu acervo foi aumentando paulatinamente.
Durante anos esse acervo serviu para meu gozo exclusivo, algo egoista... Até que em 2005, quando iniciei o presente blogue, ocorreu-me nele mostar, publicamente, este meu pequeno tesouro.
Comecei por exibir essencialmente os originais mais antigos, de autores consagrados veteranos - Aragonés, Manara, Quino, Moebius, Mordillo, Buscema (John), Roque (Carlos), Breccia (Enrique) -, mas, em 2009 introduzi um autor mais recente - Gary Erskine -, voltei de novo aos clássicos - Neal Adams e Solano López -, e insisto agora num bem novo, até há pouco praticamente desconhecido, Juan Cavia, um argentino que debutou numa obra estreada em Portugal, Dog Mendonça e Pizzaboy.


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JUAN CAVIA

Síntese biobibliográfica

Juan Cavia, argentino, tem talento inato para desenhar, o que não impediu que tivesse frequentado aulas de desenho, em especial de anatomia humana e perspectiva, duas componentes fundamentais para quem sonha fazer banda desenhada.
Depois do ensino secundário, durante onze anos, Juan Cavia desenvolveu as suas aptidões naturais em pintura, desenho, composição dinâmica e diversas técnicas de representação.
É nesta fase que decide estudar Cinema também, mas entretanto foi trabalhando como storyboarder e concept designer para produtoras de publicidade.
Desde 2005 que exerce a função de directo de arte para Cinema, Publicidade e Teatro.
E agora, pela primeira vez, entrou na Banda Desenhada, fazendo os desenhos da obra luso-argentina As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy, editada em Março em Portugal (portanto, classificável como portuguesa), sob chancela de Tinta da China Edições, num álbum de 120 páginas, totalmente em quadricromia, em papel couché de elevada gramagem.
Presume-se que Cavia continue a desenhar a série, para a qual está previsto um segundo tomo, cujo título, Dog Mendonça e Pizzaboy - Apoclipse, já brotou da imaginação fértil do argumentista português Filipe Melo.
Geraldes Lino




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Deste mesmo tema há vários textos anteriores, relacionados com desenhos e autógrafos dos autores indicados na lista abaixo indicada. Para quem quiser ver os respectivos desenhos, bastar-lhes-á clicar na etiqueta "Autógrafos Desenhados" mostrada no rodapé deste "post".
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(XI) Fev. 26 - Solano López
2010 - daqui para cima

(X) Dez. 9 - Neal Adams
(IX) Jun. 10 - Gary Erskine
2009 - daqui para cima

(VIII) Set. 26 - Enrique Breccia
(VII) Agosto 3 - Carlos Roque
(VI) Maio 19 - John Buscema
(V) Abril 13 - Mordillo
(IV) Março 25 - Moebius
(III) Fev. 11 - Quino
(II) Jan. 12 - Milo Manara
2006 - daqui para cima

(I) Dez. 26 - Aragonés
2005 - daqui para cima

quarta-feira, abril 07, 2010

Comic Jam - 19ª, 20ª, 21ª pranchas



Comic Jam é como os americanos e canadianos anglófonos baptizaram a brincadeira dos surrealistas franceses chamada Cadavre Exquis, o bem conhecido Cadáver Esquisito em que têm participado todos os autores de BD que frequentam a Tertúlia BD de Lisboa.
Mensalmente é realizada uma prancha, fazendo cada desenhador uma vinheta, sem qualquer argumento preconcebido.
Trata-se, por conseguinte, de um trabalho colectivo feito ao sabor da imaginação de cada participante. Garantida é a surpresa e o divertimento pelo resultado final.
Confiram o que digo pela leitura/visionamento das três pranchas realizadas em Março (nesse mês foram feitas duas pranchas, devido a ter-se efectuado uma tertúlia extra) e Abril.
Nota-se, à evidência, um excesso de utilização da minha imagem. Mas a liberdade na criatividade dos artistas é intocável. E sei bem quanto o meu grande nariz e o meu bigode se tornam fáceis de caricaturar...
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Autores das três pranchas (de cima para baixo)
1ª (feita em 6 de Abril)
João Vasco Leal - FIL
André Oliveira - João Ataíde
Miguel Gabriel - Joana Afonso
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2ª (feita em 9 de Março)
Juan Cavia (*)- Santiago Villa (*)
Martin Tejada (*) - Filipe Melo (*)
Fabiano Papucci (*) - José Abrantes
(*) Juan Cavia, Santiago Villa, Martins Tejada, argentinos, e Filipe Melo, português, são os autores da obra em BD "Mendonça Dog e Pizzaboy". Foram os quatro Convidados Especiais da Tertúlia BD de Lisboa neste dia; "Fabiano Papucci" é pseudónimo colectivo do quarteto.
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3ª (feita em 2 de Março)
C. Moreno - Zé Manel
Paula Carichas - Filipe Duarte
Bárbara C. - António Carichas
António Carichas é veterano autor de BD, que colaborou na revista Mundo de Aventuras, tendo criado vários heróis, entre os quais "Toncari", baseado no seu próprio nome. Paula Carichas, ainda muito jovem, é sua filha
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O projecto inicial era o de editar em papel, como fanzine, cada conjunto de dez pranchas. Assim fiz no final da primeira fase.
Mas devido ao escasso interesse demonstrado pelos artistas participantes, e pelo público em geral, em adquirir o fanzine (pelo preço de custo), a edição tem tido pouca saída.
Em consequência dessa pouco animadora constatação, decidi voltar a editar esse primeiro conjunto de dez pranchas, juntamente com as vinte, talvez trinta seguintes. Aparecerá assim um volume com o triplo, o quádruplo do material, bem mais visível e porventura mais susceptível de interessar quem gosta deste tipo de banda desenhada improvisada.
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Quem estiver interessado em ver todas as postagens anteriores relacionadas com este tema, poderá fazê-lo com um simples clic sobre o item comic jam inscrito na caixa do rodapé.

segunda-feira, abril 05, 2010

JoãoVasco Leal - Síntese biográfica do Convidado Especial da Tertúlia BD de Lisboa - Ano XXIV - 309º Encontro




Noite do Juízo final. Os pergaminhos de Cerbéria, de João Leal (arte) e André Oliveira (argumento)
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As três pranchas de cima pertencem à bd Rasganço

Como é habitual, mensalmente, há vinte e quatro, quase vinte e cinco anos, a associação informal (assim classificada por não ter corpos gerentes, nem quotas, nem sócios, é a descontracção total...) Tertúlia BD de Lisboa vai ter a sua reunião mensal naa primeira 3ª feira do mês.
Repetindo o que várias vezes aqui escrevi - mas sei, pelo contador de visitantes, que há sempre uma percentagem significativa de quem o faz pela primeira vez - o alinhamento destes encontros, entre as 20h e as 23h, é o seguinte:
1º - Jantar (como seria possível juntar cerca de 40 bedéfilos, dos 7 aos 77, se não fosse à volta da mesa? (As outras duas tertúlias que conheço - a Tertúlia da Liberdade, dos policiários, e a Tertúlia Vá-Vádiando, do Lauro António, é também assim que funcionam, tem de ser...);
2º - Sorteio interactivo de peças de BD (interactivo porquê? porque as peças são oferecidas pelos participantes, e é a eles que as peças saem);
3º - Auto-apresentação do Convidado Especial, e sequente série de perguntas pelos "tertulianos" interessados em saber mais acerca do jovem autor de BD (os menos jovens,e com obra mais vasta, são os Homenageados); entrega do Diploma, pelo fundador da tertúlia (este mesmo bloguista), diploma esse que, para o caso, tem a finalidade de constitur um incentivo à continuidade na tarefa trabalhosa e ingrata de fazer (escrever/desenhar) BD.
E assim termina o encontro, sempre pelas 23h, eventualmente um pouco mais tarde, quando a conversa com o autor se prolonga, o que já tem acontecido quando se está perante alguém mais comunicativo e com muita coisa para contar, como por exemplo aconteceu com José Viana (actor, autor de BD quando jovem), Júlio Resende (pintor de nomeada, autor de BD quando jovem), Vasco Granja (colaborador da revista Tintin, e a certa altura seu director), Júlio Isidro (homem da Rádio e TV, argumentista de BD), Onofre Varela (cartunista e autor de BD), Rui Zink (professor universitário, essencialmente argumentista, mas que também já fez pequenas bedês), Nuno Markl (actor, "entertainer", fez várias bedês, até já editadas em álbum), e outros nomes importantes em diversas áreas, que numa dada altura da sua vida também fizeram BD, e que já passaram pela TBDL, quase todos como Homenageados.
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CONVIDADO ESPECIAL em 6 de Abril

JOÃO VASCO LEAL

Usa assinar o seu trabalho artístico, enquanto autor de BD, como João Leal ou João Vasco Leal, simplificação do seu nome completo João Vasco Vivo Sereno Pedroso Leal, nascido em Lisboa a 7 de Fevereiro de 1983.
Frequentou o curso de Design de Equipamentos da FBAUL - Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, entre 2001 e 2005, e concluiu em 2006 o curso de Animação e Grafismo 2D e 3D na RESTART - Escola de Criatividade e novas Tecnologias.
O seu gosto pela Banda Desenhada surgiu cedo, por influência da colecção de álbuns pertencentes a seu pai, onde se incluiam Astérix, Lucky Luke, Spirou e Fantasio, Michel Vaillant, heróis da BD europeia, conhecimentos bedefilos que se diversificariam aos treze anos, ao contactar com os super-heróis dos comics americanos, nomeadamente os X-Men.
A primeira banda desenhada de sua autoria - de que escreveu o argumento e respectivo guião, e fez os desenhos em seis pranchas a preto e branco - intitulou-se Mistério no Museu, a qual foi incluída numa publicação intitulada Manual Pedagógico da Fábrica da Pólvora de Barcarena. Tinha então dezassete anos.
Em continuidade na BD, colaborou na revista Fazedores de Letras (nº67 - Março/Abril 2007) com Rasganço, três pranchas a preto e verde, sob argumento de Pedro Figueiredo.
Seguidamente, sob argumento de André Oliveira, desenhou Noite do Juízo Final. Os Pergaminhos de Cerbéria, em quatro pranchas a p/b para o fanzine Tertúlia BDzine (nº112, 1 Maio 2007).
Profissionalmente tem trabalhado como freelancer na área da Ilustração, tendo vencido o concurso "Desenha a Mascote Ave do Ano 2009" para a SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.
Já neste corrente ano de 2010, colaborou com o fanzine Zona Fantástica, para onde fez a bd Anunciação, novamente com argumento de André Oliveira.
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Quem quiser ver postagens anteriores poderá fazê-lo com um simples clique sobre a etiqeuta indicada no rodapé

sexta-feira, abril 02, 2010

Tintin, aliás Tin-Tin por Tin-Tin - Tintin e Hergé (XV)


Há 1001 maneiras de parodiar Tintin/Tintim, quer mostrando-o como ancião de noventa e oito anos (é fazer as contas: foi criado, por obra e graça de Hergé em 1929, mas já com dezoito anos de idade), ou, antes pelo contrário, transformando-o num fogoso adolescente em cena amorosa com uma jovem mulher (só graças às paródias é que isso acontece, haja Zeus!).
É óbvio que apenas nos "pastiches" (há quem lhes chame, sabe-se lá com que estranhos desígnios, edições piratas) essas variantes são possíveis, e, afinal de contas, elas enriquecem a personagem, tornam-na humana.
Como sabem os tintinófilos - alguns fortemente escandalizados -, Tintin vive experiências únicas nesses episódios apócrifos, de que é exemplo o meu fanzine Efeméride nº 4, Jan. 2009, onde a obra colectiva "Tintim no Século XXI", é composta por vinte e nove aventuras, realizadas por vinte e nove desenhadores portugueses, localizadas temporalmente já no presente século.
Estas edições enfurecem sobremaneira os herdeiros de Hergé, ou seja, a sua viúva alegre Fanny Vlamynck e respectivo consorte, o irascível Nick Rodwell, sem se aperceberem como são importantes - na minha opinião muito pessoal - estas constantes aparições que ajudam a manter viva e atraente, para as novas gerações, a personagem da poupa e seus comparsas.
Vem isto a propósito da brincadeira banda-desenhística imaginada pelo talentoso e ecléctico autor de BD - argumentista/guionista, colorista, legendador e desenhador - Nuno Saraiva, sob o título Tin-Tin por Tin-Tin em África, mais um episódio de duas pranchas a cores para a série Na Terra como no Céu, sua criação exclusiva, que mantém desde 16 Setembro de 2007 na revista/suplemento Tabu do semanário Sol (o presente episódio reproduzido no topo do "post" foi publicado na edição do passado dia 12 de Março).
Agora algures em África, nesta paródia, tal como tinha sido em Angola na revista Papagaio, e antes no Congo (ex-Congo Belga, actual República Democrática do Congo, ex-Zaire), na versão original, desde sempre Tintin tem atitudes ou comentários classificáveis como racistas, não há volta a dar-lhe...

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