sábado, setembro 09, 2006

Cenários Urbanos reais ou imaginários na BD (I) - Autor: Jiro Tanigushi


A banda desenhada japonesa (corrente estética conhecida, entre os bedéfilos iniciados no tema, por mangá) bifurca-se por assuntos diversos, e também variados grafismos.
Isto porque, como bastante gente sabe há já muito tempo, a BD japonesa é abrangente, abarcando grande diversidade de temas: existe um especialmente dedicado às raparigas (chamado "shojo", que em geral também é feito por autoras) , há outros para adultos interessados essencialmente em desportos, jogos, política, e, claro, para os apreciadores de erotismo e até de pornografia, neste último caso explorando por vezes a pedofilia (embora separe visivelmente esses vários temas, indo até à edição de revistas específicas para cada género).

Outra vinheta do mesmo episódio Passando pelo beco

No caso das vinhetas aqui reproduzidas, extraídas da obra "A Arte de Jiro - O homem que caminha", elas dão uma ideia marcante do autor/artista japonês Jiro Taniguchi, que se caracteriza por um estilo tranquilo, criando uma ficção de teor realista onde a vida escorre mansamente, com as personagens a dialogar em tom ameno, tendo sempre em fundo as ruas, as casas, os jardins, privilegiados cenários urbanos a preto-e-branco, sobre fundos em tramas de tonalidades cinzentas, quando a atmosfera (ficcional ou atmosférica) o exige.

3 comentários:

Anónimo disse...

Jiro Taniguchi é o autor de "quartier lointain", não é?
A manga sinceramente não me diz nada (ainda estou muito agarrado ao estilo franco-belga), mas já me disseram que se lesse o quartier lointain ia mudar de ideias. Também é a opinião do Geraldes Lino?

Geraldes Lino disse...

Sim, João Dias, o autor que foquei na rubrica "Paisagens Urbanas" é o mesmo de "Quartier Lointain". Mas não é só Jiro Tamigushi que tem qualidade suficiente na área da mangá - ou seja, banda desenhada ao estilo japonês.
Já conheço a BD estilo mangá há muitos anos - se tem a revista "Selecções BD" pode lá ver, numa crónica minha do Festival de Angoulême, um parágrafo dedicado a esse nicho da BD, finalmente com alguma voga entre nós (que em França, e até em Espanha, já tem apreciadores ferrenhos há uma dezena de anos, ou mais).
E, como noutros géneros de BD - europeia ou americana - há grandes artistas e grandes obras. Por exemplo Osamu Tezuka (obra: "Adolf"), mas também Katsuhiro Otomo (não me diga que a obra AKIRA, já cá editada em 19 volumes pela Meriberica, não presta?! Se ainda não viu, então sugiro-lhe que veja/leia antes de se decidir a gostar ou não da BD estilo mangá, ou seja, "a mudar de ideias", como lhe aconselhou o seu amigo - que deve ser uma pessoa com bons conhecimentos de BD, especialmente da BD japonesa (a que os japoneses chamam "mangá", e assim pronunciam, abrindo o último "a").
Já agora: gostaria de ter o seu contacto e o do seu amigo, telemóvel ou e-mail.
Abraço.

Anónimo disse...

Caro Geraldes Lino, o meu contacto email é:
pedrovpd@hotmail.com
Se me contactar por email terei o maior prazer em lhe dar o meu telemóvel, mas compreende perfeitamente que não o queira fazer aqui, não é?
Se tiver oportunidade de me escrever agradecia pois gostava de trocar algumas ideias consigo sobre o festival de Angouleme. Na verdade queria que me desse algumas dicas tendo em conta uma possivel deslocação minha lá.
Quanto à pessoa que me falou do "quartier loitin" não é propriamente um amigo meu mas sim um conhecimento ocasional na internet que é de França, daí que não lhe poder dar o seu contacto.
A propósito consegui encontrar a tal história do José Abel de que falamos há tempos (era o unico volume que não tinha encadernado do JBD)!
Fico então a aguardar um contacto seu por email.
Um abraço!